Em meio à cascata de informações que recebemos diariamente sobre a crise econômica brasileira e os índices de endividamento das famílias, uma questão permanece submersa: o comportamento compulsivo de comprar. A experiência clínica evidencia que tal comportamento, além de causar sofrimento intenso para o portador, envolve nesse sofrimento sua família, parentes próximos e amigos. O presente escrito traz à tona esse fenômeno, em geral tardiamente reconhecido como um problema, e discute os significados do consumo, o papel do marketing e do dinheiro, o que nos conduz às compras em sua relação com a nossa identidade e autoestima, assim como com a forma pela qual gostaríamos que os outros nos vissem. A diferença entre o consumo por necessidade, por prazer e aquele que ocorre impulsivamente é importante. Entre eles há um espaço e, muitas vezes, torna-se difícil perceber quando um acaba e o outro começa. Ampliamos, então, o olhar para o contexto cultural que incentiva as compras. Ainda assim, f