Apenas 16 anos depois da publicação de "A volta ao mundo em 80 dias", a primeira pessoa a quebrar o recorde imaginado por Júlio Verne foi uma “garota”: a jornalista e desbravadora Nellie Bly, que — aos 24 anos, sozinha e com uma única maleta — cruzou um planeta que mal começava a se globalizar, venceu a prova e os preconceitos, mostrando que “lugar de mulher é”… no mundo todo.
Aos 20 anos, Nellie Bly leu um artigo sobre o “problema” das mulheres que não se casavam. Ela respondeu com uma carta tão incisiva que o jornal a contratou. Para não ficar restrita às sessões de “cuidados do lar”, Nellie partiu para Nova York e foi desafiada por Joseph Pulitzer a investigar um asilo mental acusado de maus-tratos com as pacientes. “Eu disse que poderia, que iria e o fiz”. E o fez com coragem, fingindo-se de louca e sendo internada. O resultado foi contado em Dez dias no manicômio, a primeira “reportagem proeza”, à qual se seguiriam outras investigações, nas quais Nellie expôs corruptos e explora