Um gato que pensa com a lógica humana e que fala com a linguagem humana. Um gato que existe, foi adotado por Valquíria e vive com ela. Um gato que procura compreender as nebulosidades dos seres humanos e ainda dá palpites sobre a existência humana, da qual ele sabe que faz parte por uma ligação ancestral inquestionável. Um gato que rejeita ser chamando de “gordo” e que sabe relacionar sua beleza ao afeto que Valquíria lhe dispensa. Pode um gato assim? Pode. Luigi é uma criação, claro. Mas, como toda criação, presentifica-se como criatura verdadeira e tangível à medida que sua autora lhe confere caráter e verossimilhança. O Luigi do mundo real pode nem falar ou pensar como os humanos, mas o Luigi da ficção reproduz à risca o que sua tutora vislumbra nele. Luigi é um desdobramento das ideias e dos sentimentos de Valquíria sobre a realidade humana. Como essa realidade não deve anular a existência dos outros seres viventes, este livro acaba se revelando um profundo protesto pela paz e pela