Queremos oito mil! Peão precisa de comida!. Queremos salário para acabar com a fome. Nós constrói, nós distrói. Com essas palavras de indignação e mesmo sob uma ditadura civil-militar , milhares de operários da construção civil de Belo Horizonte, no ano de 1979, decidiram descer dos andaimes pingentes, guardar as ferramentas, cruzar os braços e entrar em greve. Este livro conta a história dessa paralisação dos operários da construção civil. Tendo como foco de análise a memória, na sua face social, procurei analisar a construção da memória de um grupo de trabalhadores da construção e a greve que deflagraram. A atividade de memória dos operários entrevistados a respeito daquela greve ocorreu de diferentes formas. As lembranças de grande parte dos operários articularam aquele movimento aos processos de conquista, construção, apropriação e uso do espaço tanto físico como social do Sindicato da categoria. Por outro lado, outros procuraram recordá-la chamando a atenção para os conflitos