A estreia do instituto da Justiça de Paz na cidade do Rio de Janeiro ocorre em um momento singular da construção do Estado nacional brasileiro: a crise do Primeiro Reinado, que culminou na abdicação do imperador, e o período das Regências. Foi nesse rico contexto de debates e embates sociopolíticos que 140 indivíduos das freguesias urbanas da capital do Império foram escolhidos em eleições diretas pelo voto popular. O livro A magistratura de paz no jogo político da Corte imperial traz à tona os meandros dessa experiência no coração do poder. A partir de uma minuciosa pesquisa sobre a trajetória e o perfil desses juízes de paz eleitos, foi possível identificar os alinhamentos e a atuação política desses agentes públicos, especialmente nos anos de 1830, além da construção de uma rede de sociabilidade que os incluía nas mais diversas sociedades do período. Ademais, a obra aborda de maneira esclarecedora e contundente o conflito de interesses em torno de um grupo de magistrados de paz que